LDR, SDR e BDR: como cada papel funciona na teoria — e como as empresas realmente geram leads no B2B

Quando a gente olha para o modelo “bonito de livro”, o time comercial B2B é dividido em funções claras: LDR, SDR, BDR e AE.
Na prática, com pouca verba e pouco conhecimento em marketing e vendas, muitas empresas misturam tudo isso em 1 ou 2 pessoas.

Este artigo junta os dois mundos:

  • o que faz exatamente um LDR, SDR e BDR,
  • como pequenas, médias e grandes empresas realmente operam,
  • e dicas práticas por porte de empresa para organizar geração de leads e agendamento de reuniões.
  1. Por que separar LDR, SDR e BDR no B2B?

Em vendas B2B, especialmente em ciclos mais complexos (SaaS, serviços, indústria, tecnologia), separar funções traz três ganhos óbvios:

  1. Mais foco: cada profissional cuida de uma etapa específica do funil.
  2. Melhor aproveitamento do tempo do vendedor: o AE (Account Executive) gasta energia onde gera receita (diagnóstico, proposta e fechamento).
  3. Pipeline mais previsível: fica mais fácil medir volume, qualidade e conversão em cada etapa.

É aí que entram:

  • LDR (Lead Development Representative)
  • SDR (Sales Development Representative)
  • BDR (Business Development Representative)

Vamos por partes.

  1. LDR – Lead Development Representative

O guardião da base de leads e da inteligência comercial

O LDR é o profissional responsável unicamente por prospectar e organizar potenciais clientes, criando e mantendo uma base de leads que faça sentido para o negócio.

Em resumo, ele:

  • gera listas de empresas e contatos ( ICP – Perfil do cliente Ideal);
  • confere e enriquece dados (cargo, e-mail, telefone, LinkedIn);
  • classifica e prioriza leads;
  • mantém o CRM e as listas sempre atualizadas e “recicladas”

Principais atividades do LDR

  • Pesquisa de empresas e decisores em sites, LinkedIn, bases públicas e privadas.
  • Validação de dados (e-mails que não voltam, telefones corretos, cargos atuais).
  • Priorização por perfil (tamanho, segmento, potencial de ticket).
  • Organização da base no CRM, com campos padronizados, tags e segmentações.

Relação com o time

O LDR alimenta o resto do time:

  • entrega listas para SDRs trabalharem leads inbound + mapeamento de contatos,
  • entrega listas para BDRs atacarem outbound,
  • dá insumos para marketing refinar ICP e campanhas.
  1. SDR – Sales Development Representative

O especialista em qualificar leads e marcar reuniões

O SDR é o profissional que faz a ponte entre marketing e vendas: entra em contato com leads, valida se fazem sentido e só então repassa para o vendedor.

Em geral, ele trabalha com leads que já chegaram ao funil de alguma forma:

  • campanhas de marketing;
  • site, eventos, indicações;
  • listas internas preparadas pelo LDR.

Principais atividades do SDR

  • Gerenciar fila de leads
    • olhar diariamente o CRM: novos leads inbound, leads de eventos, indicações, listas.
  • Primeiro contato (inbound/outbound leve)
    • e-mails de abordagem;
    • ligações;
    • mensagens no LinkedIn.
  • Qualificação profunda
    • entender se a empresa e o contato têm perfil, dor, orçamento e timing;
    • usar frameworks de qualificação (ex.: BANT, SPIN etc.) para organizar as informações.
  • Nutrição e follow-up
    • quando ainda não é hora de passar para vendas, manter relacionamento com conteúdos, cases, convites para webinars.
  • Agendamento de reuniões para o time de vendas
    • marcar diagnóstico, demo ou apresentação;
    • registrar tudo no CRM (dor, contexto, stakeholders) antes de entregar ao AE (Executivo de Contas)

Relação com o time

  • recebe insumos de marketing (leads, campanhas, materiais);
  • usa as listas organizadas pelo LDR;
  • entrega oportunidades “aquecidas” para AEs / executivos de conta.

 

  1. BDR – Business Development Representative

O hunter de novas contas via outbound

O BDR é o hunter oficial: foca em abrir novas contas e novas oportunidades via outbound, especialmente em empresas alvo (ABM)

Enquanto o SDR costuma cuidar de leads que já entraram no funil, o BDR:

  • pesquisa contas-alvo;
  • descobre decisores;
  • aborda “do zero” (cold e-mail, cold call, LinkedIn);
  • agenda reuniões para o time de vendas.

Principais atividades do BDR

  • Pesquisa de mercado e contas estratégicas
    • identificar segmentos/verticais prioritários;
    • montar listas de contas para ABM.
  • Planejamento e execução de outbound
    • criar cadências de contato (e-mail, ligação, LinkedIn, eventos);
    • personalizar abordagem por segmento e cargo.
  • Contatos frios e abertura de conversas
    • cold call, cold e-mail, social selling;
    • objetivo: gerar curiosidade suficiente para uma reunião, não vender de primeira.
  • Geração e handoff de oportunidades

Handoff é literalmente “passar o bastão”. É quando o SDR/BDR, depois de gerar a oportunidade, entrega essa conta para o vendedor/AE tocar o restante do ciclo:

  • SDR/BDR encerra a fase de prospecção/qualificação;
  • AE assume a partir da reunião agendada.

Um bom handoff inclui:

  • agendar a reunião no calendário do Executivo de Contas;
  • registrar tudo no CRM (contexto, dor, quão quente está, quem decide, timing);
  • às vezes, participar da primeira call só pra fazer a ponte.
  1. Como pequenas, médias e grandes empresas realmente geram leads no B2B

Agora sai o slide bonitinho e entra a vida real: pouca verba, pouco tempo, equipe enxuta e, muitas vezes, falta de conhecimento em marketing e automação.

5.1. Pequenas empresas B2B

Realidade: improviso, networking e “faz-tudo”

Na pequena empresa, o mais comum é:

  • o dono ou sócio faz tudo: marketing, prospecção, venda e pós-venda;
  • ou existe 1 vendedor “faz-tudo” acumulando LDR, SDR, BDR e AE.

Principais fontes de leads:

  • Indicações e networking
    • muitos executivos começam buscando fornecedores perguntando à própria rede de contatos no LinkedIn.
  • WhatsApp + telefone
    • cold call funciona bem e segue sendo um canal relevante na geração de oportunidades, no entanto muitos não gostam ou não sabem fazer direito.
  • LinkedIn manual
    • o dono/vendedor manda convites, mensagens diretas e comenta em posts de prospects.
    • LinkedIn é hoje o canal social mais efetivo para leads B2B: responde por grande parte dos leads vindos de redes sociais e é usado pela imensa maioria dos marketers B2B.
  • E-mail simples (sem muita automação)
    • planilha + Gmail/Outlook → taxa de resposta geralmente baixa, por conta de pouca segmentação e copy fraca.

Estrutura:

  • não há LDR, SDR e BDR separados;
  • pouco uso de CRM (muito Excel e caderno);
  • processo de cadência quase inexistente.

5.2. Empresas de médio porte B2B

Realidade: começo de estrutura, mas com gargalos

Ao crescer, a empresa precisa de pipeline previsível. Aí aparecem:

  • um time de marketing (mesmo pequeno);
  • 1–3 pessoas de pré-venda (SDR/BDR “híbrido”), as vezes com times internos e que precisam ser supervisionados para ter um bom desempenho e outras terceirizados com empresas especializadas em geração de leads B2B como a BMSmkt.
  • vendedores dedicados ao fechamento.

Canais mais comuns:

  • Marketing de conteúdo + SEO + redes sociais
    • produção de blogposts, e-books, webinars, cases.
    • SEO e conteúdo aparecem entre os canais mais fortes de geração de leads B2B.
  • LinkedIn como canal central de B2B
    • campanhas orgânicas e pagas, social selling pelo time de vendas;
    • plataforma usada massivamente por marketers B2B para gerar leads.
  • E-mail marketing e cold e-mail com alguma automação
    • ferramentas de cadência, segmentação básica e envio em escala.
  • Eventos, feiras e webinars
    • ações presenciais e online como fontes importantes de leads qualificados.

Estrutura típica:

  • Marketing gera MQLs, cuida de campanhas e conteúdo;
  • SDR/BDR misto recebe inbound e também faz outbound em listas;
  • AEs focam em proposta, negociação e fechamento;
  • LDR formalizado ainda é raro; a inteligência de lista fica dividida entre marketing e SDR/BDR.

5.3. Grandes empresas e enterprise

Realidade: especialização e uso pesado de dados

Em organizações maiores, especialmente de tecnologia, indústria complexa e serviços financeiros, o desenho costuma ser bem mais estruturado:

  • LDR/Data/Research/Sales Ops cuidando de ICP, listas e dados;
  • SDR inbound para leads gerados por marketing;
  • BDR outbound focado em contas estratégicas com equipes próprias e terceirizadas.
  • AEs responsáveis pelas contas maiores;
  • Marketing + ABM rodando campanhas omnichannel;
  • RevOps/Sales Ops garantindo CRM, relatórios e previsibilidade.

Sales Ops = Sales Operations = Operações de Vendas.
É a área (ou pessoa) que cuida de deixar o time de vendas mais eficiente, tirando “peso operacional” dos vendedores.

De forma simples, Sales Ops cuida de:

  • CRM
    • configuração, campos, relatórios, funil, integrações;
  • Relatórios e métricas
    • pipeline, previsão de vendas, taxas de conversão, CAC, etc.;
  • Processos de vendas
    • desenhar etapas do funil, regras de passagem de lead, SLAs entre SDR/BDR/AE;
  • Ferramentas
    • escolha e implementação de ferramentas (discadores, automação de e-mail, inteligência de dados);
  • Suporte ao time comercial
    • garantir que vendedor gaste mais tempo com cliente e menos tempo com planilha/burocracia.

Pensa no Sales Ops como o “engenheiro de bastidor” da máquina de vendas.

Já o RevOps = Revenue Operations = Operações de Receita.

É uma evolução do Sales Ops.
Enquanto Sales Ops foca em vendas, o RevOps olha para a receita como um todo, alinhando:

  • Marketing
  • Vendas (SDR/BDR/AE)
  • CS / Sucesso do Cliente / Retenção / Expansão

A ideia central do RevOps é:

  • quebrar silos entre marketing, vendas e pós-venda;
  • ter um único “cérebro operacional” cuidando de:
    • processos,
    • dados,
    • ferramentas,
    • métricas,
    • integrações entre áreas que impactam receita.

Na prática, RevOps cuida de:

  • toda a arquitetura do funil (da geração de demanda até renovação e upsell);
  • stack de ferramentas que conecta marketing, vendas e CS;
  • métricas fim a fim, tipo:
    • MQL → SQL → Oportunidade → Fechamento → Churn → Expansão.

Canais e estratégias das Grandes empresas:

  • Conteúdo em escala + campanhas integradas (blog, whitepapers, estudos, relatórios, vídeos, podcasts).
  • ABM (Account-Based Marketing) focando listas específicas de empresas-chave.
  • Outbound estruturado com cadências bem definidas e forte uso de dados para priorizar contas.
  1. Desafios comuns em geração de leads (em qualquer porte)

Mesmo com contextos diferentes, alguns problemas aparecem em praticamente todos os tamanhos de empresa:

  1. ICP mal definido ou inexistente
  2. atirar para todos os lados gera leads fracos, cansa SDR/BDR e aumenta CAC.
  3.  Dados ruins ou desatualizados
    • base com e-mails inválidos, cargos antigos, empresas que mudaram ou fecharam;
    • isso derruba taxa de conversão e queima a reputação da marca.
  4. Falta de cadência estruturada
    • contato único (um e-mail, uma ligação) e abandono do lead;
    • enquanto boas práticas mostram a importância de múltiplos toques em diferentes canais.
  5. Pouca integração entre marketing e vendas
    • marketing gera leads que vendas não aproveita;
    • SDR/BDR não usam os conteúdos criados em campanhas nas abordagens de prospecção.
  6. Falta de conhecimento em automação e dados
    • muitos relatórios mostram que a adoção de automação e uso avançado de dados é travada por falta de know-how interno.
  1. Dicas práticas por porte de empresa

Para fechar, algumas sugestões pragmáticas adaptadas a cada realidade.

7.1. Pequenas empresas B2B

  • Defina um ICP simples no papel
    • tamanho da empresa, segmento, cargo do decisor, ticket ideal.
  • Escolha 1 canal principal de prospecção ativa + 1 canal de conteúdo
    • por exemplo: LinkedIn + e-mail ou telefone + LinkedIn.
  • Use um CRM simples desde cedo
    • mesmo que gratuito: só isso já melhora muito follow-up e controle.
  • Padronize um roteiro de abordagem e de qualificação
    • 5–7 perguntas-chave para entender se vale a pena marcar reunião.
  • Considere terceirizar parte da pré-venda (LDR/SDR)
    • especialmente se você, dono, já não tem mais tempo para pesquisar contatos e ligar. Peça ajuda e terceirize o LDR e o SDR, a BMSmkt pode ajudar.

 

7.2. Empresas de médio porte B2B

  • Formalize os papéis, mesmo que de forma híbrida
    • tenha pelo menos 1 pessoa com foco claro em pré-venda (SDR/BDR). Se o seu ticket médio for médio ou alto, considere terceirizar o SDR.
  • Comece a separar inbound e outbound
    • defina processos e cadências específicos para leads que chegam por marketing e para listas frias.
  • Invista em conteúdo que ajude o SDR/BDR
    • cases, e-books, webinars, estudos comparativos que possam ser usados nos e-mails e nas ligações.
  • Crie rotinas de feedback entre marketing e vendas
    • reunião quinzenal para olhar: origem dos leads, qualidade, conversão por canal.
  • Use dados para priorizar segmentos
    • olhe quais tipos de empresa têm maior taxa de reunião e fechamento e concentre esforços ali.

7.3. Grandes empresas e enterprise

  • Especialize de vez LDR, SDR, BDR e AE
    • deixe claro quem cuida de dados e listas, quem cuida de inbound, quem cuida de outbound e quem fecha.
  • Estruture ABM para contas estratégicas
    • alinhe marketing e BDRs para atacar em conjunto um conjunto de contas-chave.
  • Invista em RevOps/Sales Ops
    • alguém olhando para stack de ferramentas, CRM, relatórios, previsões e eficiência da máquina.
  • Monitore custo e ROI por canal
    • inbound, outbound, eventos, parceiros, paid media – tudo precisa ser medido.
  • Avalie modelos híbridos com times internos + parceiros externos
    • por exemplo, parte da prospecção e qualificação feita por times externos especializados, mantendo a inteligência e a estratégia dentro de casa.

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